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domingo, 26 de dezembro de 2010

DESCARTE DA NATUREZA



DESCARTE DA NATUREZA
Zanna Santos

Eu sou aquele menino de rua!
Aquele cujos olhos ninguém fitou
E a lágrima igualmente não se aparou!

Pedro? João? Carmelo? ...
Qual a diferença nesse inferno
Se de mendigo me chamou
Se emporcalhou-me na lama
Para comer do sobejo que ficou...

Eu só queria a tua maldita moeda
De tuas mãos abertas
Porem para me esbofetear você as usou.

Eu só queria a tua maldita atenção
Que me lançasse um ar de compaixão
Porem o teu desprezo foi quem me abraçou.

Eu só queria o teu maldito sorriso
Me mostrando nessa vida um sentido
Porem a tua repulsa, a esperança de mim desviou.

Eu só queria um pouco de calor humano
Para que de mim ardesse de novo a chama
Porem a tua frieza por fora e por dentro me congelou.

Para um pouco e pense;
Dai-me um segundo apenas
Quem sabe você lembra de quantos sim me negou.

Mais um tingido de vermelho
Mais um andarilho,
Sem teto, sem carinho;
Mais um descarte da natureza...
Mais um ser sozinho...

Você não percebeu o meu brado
Nem a lamúria alcançou teu coração;
Era de paz a minha sede,
Era de amor a minha fome...

Segue teu caminho. Desvia de mim o teu olhar
De ti não mais precisa
Este corpo sem vida no chão!

2 comentários:

  1. Nossa! perfeito!!! adorei!
    Vc é um das grandes artistas que já vi!!!
    desejo muito sucesso!!!
    te amo!!!!
    vinicius cipioni

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  2. Boa noite!
    Versos muito fortes. Quase mais fortes que a própria realidade que, infelizmente, inertes, nos acostumamos a ver todos os dias.
    Parabéns, gostei muito!

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Espero encontrar aqui as palavras que me ajudem a melhorar este blog. As críticas bem direcionadas nos ajudam a crescer!Conto com o seu bom senso.