Total de visualizações de página

domingo, 17 de outubro de 2010

Mais uma noite


Mais uma noite
Zanna Santos

Outra vez o tempo para a nos observar e a noite se estende num tapete negro enquanto nossos corpos se esgotam numa luta incomum. Eu aspiro matá-lo afogando-o no suor emanante da minha pele, depois morrer, num grito único.
Beijo-te a nuca e meus dedos se embaraçam nos seus cabelos; doce é para mim o gosto do seu perfume; doce como o vinho que embriaga, entorpece. Inalo-o calada, viciada, embriagada... Roço meus lábios em seu peito, marco-lhe centímetro por centímetro a tez. Desfaço-me, sou puro apelo, e toda desejo, te deixo nu.
Queimo-me e na minha ardência o enlouqueço. Rasgas as minhas vestes, me machucas em sua fúria, fazes de mim sua presa e dilaceras-me a carne. Gemo exprimindo um prazer dolorido, desconexo, incontido.
Os lençóis estão em chamas e minhas mãos percorrem mais uma vez a cama vazia. Inexplicavelmente seu cheiro está no ar e a sensação do seu corpo comprimindo-me faz parecer real mais um sonho de amor.
Zanna Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Espero encontrar aqui as palavras que me ajudem a melhorar este blog. As críticas bem direcionadas nos ajudam a crescer!Conto com o seu bom senso.